Em 1993, Laurance Rockefeller, filantropo e herdeiro da fortuna Rockefeller, estabeleceu a Rockefeller UFO Initiative. Há rumores de que ele usou seu status para instar o presidente Bill Clinton a desclassificar documentos militares relacionados ao fenômeno OVNI. 

E que a equipe da Casa Branca instruiu Rockefeller a escolher e apresentar apenas um caso que ele queria investigar. Sua escolha: o acidente de Roswell.

O Incidente de Roswell é considerado o Santo Graal para os investigadores de OVNIs. Eles acreditam que se puderem provar esse encobrimento, todo o resto se encaixaria.

O que nós sabemos

Por volta de 2 de julho de 1947, o fazendeiro WW “Mac” Brazel descobre pedaços de detritos de um objeto que caiu em sua propriedade. De acordo com Brazel, os destroços são diferentes de tudo que ele já tinha visto antes. 

Ele traz o material para o xerife do condado em Roswell, que decide consultar o Campo Aéreo do Exército de Roswell sobre o caso. O oficial de inteligência Jesse Marcel é enviado ao local para inspecionar a situação. Ele supostamente observa que os detritos leves não poderiam ser cortados, queimados ou mesmo amassados com uma marreta.

Em 8 de julho, a manchete de primeira página do Roswell Daily News dizia: “RAAF captura disco voador em rancho na região de Roswell”. O artigo relata que os oficiais do Campo Aéreo do Exército de Roswell recuperaram um “disco voador”. A história sensacional é retomada e republicada nos Estados Unidos e até atrai a atenção internacional. No entanto, um dia após a publicação, a assessoria de imprensa do exército muda a história. 

Após um exame mais aprofundado, eles agora determinam que o item recuperado era apenas um balão meteorológico. A atualização publicada no jornal local em 9 de julho descreve os destroços como um “pacote de papel alumínio, vigas de madeira quebradas e restos de borracha de um balão”. O público em geral aceita a explicação, e o acidente em Roswell é arquivado como um não-evento por 30 anos.

Reapresentação ao público

No entanto, em 1978, o tablóide National Enquirer desencadeia uma cadeia de eventos que traz o Incidente de Roswell de volta aos holofotes. Eles republicam a notícia original do Roswell Daily Record. 

Os moradores se apresentam para compartilhar suas contas publicamente. O oficial Jesse Marcell, uma das poucas pessoas a lidar com os destroços, revela ao físico nuclear e pesquisador de OVNIs Stanton Friedman que acredita que o material não era desta Terra. No frenesi investigativo que se segue, centenas de indivíduos são registrados, alegando ter conhecimento de que o acidente de Roswell era de natureza extraterrestre.

Uma narrativa crescente se desdobra para revelar dois campos de detritos. O segundo local, dizem alguns, ao norte de Roswell, incluía a recuperação de corpos extraterrestres. Testemunhas afirmam que militares levaram as evidências para o que é hoje a Base Aérea Wright-Patterson, em Ohio. 

O governo dos EUA supostamente fez engenharia reversa da espaçonave e semeou tecnologia avançada para os principais fabricantes americanos para fazer engenharia reversa.

Investigações do Congresso

Em janeiro de 1994, o Congresso dos Estados Unidos pediu um inquérito formal sobre o tratamento do acidente de Roswell. Um ano e meio depois, em 27 de julho de 1995, pesquisadores da Força Aérea dos EUA publicam suas descobertas em um documento de quase 1.000 páginas, “O Relatório Roswell: Fato versus Ficção no Deserto do Novo México”. Nele, eles reconhecem que o balão meteorológico era uma reportagem de capa. No entanto, não foi para esconder a verdade sobre uma nave extraterrestre. 

Oficiais o usaram para esconder a existência do Projeto Mogel, um balão espião móvel ultra-secreto. Os militares desenvolveram a tecnologia da Guerra Fria para identificar ondas sonoras na atmosfera superior para identificar os testes de bombas atômicas soviéticas.

Os membros do comitê do Congresso que supervisionam a investigação ordenam um acompanhamento para examinar mais de perto as múltiplas alegações de corpos alienígenas. 

“The Roswell Report: Case Closed” foi lançado em 1997 detalhando este elemento do caso. Pesquisadores da Força Aérea concluíram que os “alienígenas” observados no deserto do Novo México eram provavelmente bonecos de teste lançados de balões de alta altitude para pesquisa científica.

Encobrimento?

As investigações do governo não convenceram a comunidade UFO. Segundo os detratores, o relatório alega que inúmeras testemunhas, em várias situações, confundiram os bonecos de teste com corpos de alienígenas. 

Como os experimentos militares com o manequim de teste só começaram em 1953, isso significaria que as testemunhas lembraram coletivamente as datas erradas – por pelo menos cinco a seis anos. E, esta seria a quarta vez que a Força Aérea mudou sua história oficial.

Continua a haver um encobrimento do governo do Incidente de Roswell? É possível que mesmo os pesquisadores da Força Aérea não tenham a história completa? Ou este é apenas um caso de um balão espião ultra-secreto… manequins de teste mal identificados… e uma confusão coletiva de datas?

é bacharel em administração de empresas e fundador da FragaNet Networks - empresa especializada em comunicação digital e mídias sociais. Em seu portfólio estão projetos como: Google Discovery, TechCult, AutoBlog e Arquivo UFO. Também foi colunista de tecnologia no TechTudo, da Globo.com.

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