A boa notícia é que os astrônomos identificaram um asteroide que pode estar em um curso de colisão com a Terra. A má notícia é que o perderam – Segunda-feira 14 de junho de 1999

O objeto, chamado de 1998 OX4, foi encontrado no ano passado por uma equipe da Universidade do Arizona, que o acompanhou por duas semanas. A informação que os cientistas reuniram ofereceu uma órbita aproximada para este objeto, que acredita-se ter várias centenas de jardas de diâmetro e ser capaz de uma destruição de todo um continente se ele colidisse com a Terra. Uma equipe da Universidade de Pisa, chefiada por Dr. Andrea Milani, usou a informação orbital para calcular as chances de uma colisão. Ele disse em uma conferência em Turim na semana passada que havia uma chance em dez milhões de que ele atingisse a Terra em 2046 – ligeiramente melhor do que a chance de ganhar a loteria nacional, que é de uma possibilidade em 14 milhões.

O asteróide é apenas o segundo destes objetos encontrados com uma chance diferente de ser de uma colisão. E embora uma chance em dez milhões não seja coisa para que se perca o sono, é embaraçante que o 1998 OX4 tenha sido perdido. O problema é que a órbita não foi conhecida com precisão suficiente para rastreá-lo. Se ele pudesse ser encontrado, as chances de observações mais precisas poderiam desfazer o medo de uma colisão. Duncan Steel, um astrônomo britânico que é especialista em observar as colisões potenciais de asteroides, disse que o dilema apresentado pelo 1998 OX4 vai se tornar crescentemente comum. “As buscas que estão sendo feitas nos EUA estão encontrando a cada vez mais objetos que podem potencialmente colidir com a Terra – tantos, que não há pessoal bastante para manter o acompanhamento deles,” diz ele.

“A taxa na qual estes objetos tem sido descobertos tem aumentado para 3 ou 4 vezes nos últimos anos. Falsos alarmes estão se tornando mais freqüentes. Mas estamos falhando em acompanhar os achados originais.” Ele não está muito preocupado com o 1998 OX4. “Mas mais cedo ou mais tarde vamos encontrar um com uma chance em mil de colidir e isto pode estabelecer o pânico.” Disse ele. Se isto acontecesse amanhã, o governo teria que se ligar a especialistas de todas as partes do mundo para dar um tratamento apropriado ao perigo. “Necessitamos de aparelhamento muito melhor na Bretanha para assumir a responsabilidade de dar o aviso,” disse ele. Na próxima semana o Liberal Lord Tanlaw proporá uma questão à Casa dos Lords, buscando descobrir se o governo planeja criar um programa de observação de asteróides perto da Terra, a nível de uma “Guarda Espacial” nacional.

O Dr. Mark Baily do Observatório Armagh diz que ele acredita que um programa desta natureza seja imprescindível e inevitável. “Estamos tendo cada vez mais e mais objetos encontrados. Se não tivermos uma agência nacional, o aviso a nível real do risco terá que vir dos astrônomos que fazem este tipo de trabalho em suas horas vagas, ou daqueles sem nenhum compromisso com o Reino Unido.” A lição do 1998 OX4 é que, tendo encontrado objetos perto da Terra, eles não podem ser perdidos novamente, diz ele. “Eu não quero mais perder sono por causa disto”, ele diz. “O risco de que isto irá atingir-nos é muito menor do que o risco de um objeto completamente desconhecido o fazer. Todos estes cálculos mostram que devemos acompanhá-lo – se soubéssemos onde ele está.”

O Dr. Steel não acredita que sejam altas as chances de encontrar novamente o 1998 OX4: “é como encontrar uma agulha em um palheiro e então coloca-la de novo lá”.

Ameaças invisíveis do Espaço

Muitos milhares de pedaços de lixo celestial, grandes o suficiente para devastar uma cidade ou desencadear uma nova idade do gelo, pode estar em uma ‘órbita que os traga para bem perto da Terra (escreve Nick Nuttall) . Muitos são imperceptíveis ou invisíveis na escuridão do espaço. Os astrônomos descobriram 200 que medem no mínimo um quilômetro ou mais, mas suspeitam que o número possa superar 2.000. Há também aproximadamente 5.000 cometas que cruzam o nosso Sistema Solar.

A superfície da Terra tem mais ou menos 150 grandes crateras de impactos passados. O maior conhecido aconteceu há 65 milhões de anos atrás, quando um asteroide de 7 milhas esmagou o que agora é a Península do Iucatã no México, possivelmente desencadeando a extinção dos dinossauros.

Mais ou menos a 50 mil anos atrás um pequeno asteroide, medindo 30 jardas, atingiu o Arizona, abrindo uma cratera de mais de meia milha. Em 30 de junho de 1908, um objeto celestial que se acreditou ter atingido a área de Tunguska, na Sibéria, achatou 1.250 milhas quadradas e derrubou milhões de árvores.

Fonte: The London Times

é bacharel em administração de empresas e fundador da FragaNet Networks - empresa especializada em comunicação digital e mídias sociais. Em seu portfólio estão projetos como: Google Discovery, TechCult, AutoBlog e Arquivo UFO. Também foi colunista de tecnologia no TechTudo, da Globo.com.

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