Um exemplo espantoso ocorreu em Robozer, local de um mosteiro na região de Moscou, no ano 7171 da criação do mundo, pela Igreja Ortodoxa da Rússia, o que corresponde a 1663 da era cristã. A data é 15 de agosto, um Sábado (calendário gregoriano). As autoridades eclesiásticas interrogaram imediatamente as testemunhas. Dois deles, Ivachko Rjevski e Levka Fiedorov, o primeiro trabalhador agrário, e o segundo camponês cultivador de sua própria terra, eram os menos aterrorizados que os outros e deram descrições concordantes.
Segundo essas descrições, no pequeno lago de Robozer, com aproximadamente 2 km de comprimento, apareceram em pleno meio-dia chamas imensas sobre uma extensão de mais ou menos 140 metros de diâmetro. O céu estava claro e sem nuvens. As chamas eram cercadas de uma fumaça azul. Duas luzes ardentes jorravam desse fenômeno. Este desapareceu durante uma hora, depois reapareceu a 500 metros das cercanias do local primitivo. Ainda dez minutos mais tarde, o fenômeno desapareceu novamente e tornou a reaparecer em seguida. Era acompanhado de um barulho espanto e desprendia um calor intenso, que impedia a aproximação de canoas.
Numerosos peixes foram mortos, enquanto outros fugiram. Após o fenômeno, uma camada avermelhada, semelhante à ferrugem, recobria o lago. Um segundo interrogatório pelas autoridades eclesiásticas teve lugar a 30 de novembro do mesmo ano, com os mesmos resultados. Esses interrogatórios foram publicados integralmente em 1842, por uma comissão arqueológica, que examinou os arquivos do Mosteiro de São Cirilo de Robozer.
O segundo interrogatório nos deu a envergadura do fenômeno: 40 metros em termos modernos. Uma das testemunhas precisou que a luz era de tal forma intensa que se via o fundo do lago, tendo este local 8 metros de profundidade. Várias das testemunhas estavam sobre o pórtico do mosteiro e outras haviam procurado aproximar-se das chamas em canoas. Estes sofreram leves queimaduras. A bola de fogo de Robozer persistiu, na sua primeira aparição, durante uma hora e meia, a água queimava, o que eqüivale a decompor-se em hidrogênio e oxigênio que se combinavam explosivamente. As principais teorias sugerem que as luzes terrestres são o resultado das forças envolvidas nas pressões tectônicas, os processos naturais de mudanças na estrutura da crostra terrestre. Contudo, a sua mecânica exata ainda não é completamente conhecida.
Além disso não se sabe qual é a composição das luzes terrestres, ainda que as suponha que poderia se tratar de um tipo de plasma (gás ionizado). Em muitos aspectos, as luzes terrestres parecem estar relacionadas com as luzes sísmicas e as bolas luminosas, que a maioria dos cientistas aceitam como fenômenos naturais mesmo que tenham características singulares. A mais importante dessas características é que essas luzes não aparecem necessariamente após um terremoto ou uma tempestade elétrica. Essas luzes podem durar muito mais tempo do que as bolas luminosas ou as luzes sísmicas. As luzes que inundaram o vale de Hessadalen nos anos 80, por exemplo, foram vistas e fotografadas movendo-se de um lado para o outro sobre os cumes das montanhas por cerca de duas horas. A menção a sons estranhos também aparece em um grande número de relatos sobre luzes terrestres no mundo inteiro. Os pesquisadores especializados em luzes terrestres sugerem que elas quase sempre surgem acompanhadas de campos muito fortes de energia eletromagnética, que podem afetar a consciência humana de diversas formas. Efeitos na mente humana:
Segundo o neurologista canadense Michael Persinger, uma pessoa exposta a esses campos eletromagnéticos pode ter várias reações corporais e psíquicas. Levados ao extremo, esses efeitos poderiam incluir uma grande defasagem entre a memória e a visão, além de fortes alucinações. Inclusive poderiam provocar estados de falsos transes, nos quais os limites entre o sonho e a realidade ficam indefinidos. A região do cérebro mais sensível às mudanças nos campos magnéticos e elétricos é o córtex temporal, situado entre a amígdala e o hipocampo. As alterações no funcionamento deste último podem alterar a memória e provocar sonhos em pleno estado de vigília, enquanto que as amígdalas estão associadas às sensações emotivas. Michael Persinger fez muitas experiências com voluntários cujo córtex temporal foi submetido a campos magnéticos (para simular os efeitos do contato com uma luz terrestre). Os indivíduos sentam-se em uma cabine totalmente isolada de ruídos e colocam um capacete com eletrodos ligados a um computador. Com uma extraordinária precisão, Persinger projeta "vórtices" magnéticos diretamente ao córtex. Sob essas circunstâncias, algumas pessoas tem visões ou "sentem" presenças. Um dos voluntários chegou a acreditar que a cabine estava possuída pelo demônio.
Persinger chegou à conclusão de que um indivíduo submetido a várias sessões, em pouco tempo desencadeia um processo de alucinações místicas. Em uma experiência, voluntários que usavam casacos magnéticos tinham que olhar para uma luz no escuro. Tratava-se de uma simples lâmpada elétrica, mas muitos descreveram cenas características de abduções alienígenas: seres com uma boca muito fina e pele cinza; assim como os terríveis exames médicos. Os colaboradores de Persinger também informavam que, muitas vezes, o capacete gerava cenas muito vívidas das suas infâncias.