Arqueólogos fizeram uma descoberta incrível no Peru: um desenho de gato de cerca de 120 pés de comprimento esculpido na encosta de uma colina há cerca de 2.000 anos. O gato possui olhos grandes e arredondados e parece estar se bronzeando ao sol.
O desenho recém-identificado é uma das Linhas de Nazca – centenas de desenhos antigos criados no deserto peruano removendo rocha e solo para produzir uma imagem “negativa” na areia. Outras Linhas de Nazca retratam animais como orcas, macacos, beija-flores e aranhas, além de formas geométricas e figuras humanas.
Datado entre 200 e 100 a.C., o geoglifo é considerado mais antigo do que qualquer outro anteriormente descoberto na região. Os trabalhadores identificaram a gravura durante a remodelação de uma parte do local de Patrimônio Mundial da Unesco, segundo a EFE.
“A descoberta mostra, mais uma vez, o rico e variado legado cultural deste local”, afirma o Ministério da Cultura do Peru em comunicado.
De acordo com a declaração, a imagem do gato deitado estava “apenas visível” antes da limpeza e conservação. Os pesquisadores só o encontraram após notar sinais de “algo intrigante” perto do Mirador Natural.
As Linhas de Nazca são conhecidas por sua escala e complexidade impressionantes, e os especialistas permanecem divididos sobre por que a civilização dedicou tanto tempo e energia para criar as figuras gigantescas.
O arqueólogo peruano Toribio Mejia Xesspe foi o primeiro a estudar sistematicamente as linhas, examinando-as do solo em 1926. Na década seguinte, os pilotos comerciais forneceram uma visão aérea mais completa dos glifos; entre as décadas de 1940 e 1970, os especialistas em Nazca Paul Kosok e Maria Reiche argumentaram que as linhas atendiam a “propósitos astronômicos e calendáricos”, segundo a National Geographic.
Investigações mais recentes afastaram as teorias de Kosok e Reiche, propondo que as linhas se relacionam a rituais religiosos projetados para estimular chuvas e fertilidade. Cada vez mais, segundo Stephen S. Hall, pesquisador da National Geographic, os especialistas concordam que “elas não foram feitas de uma vez, em um só lugar, para um único propósito”.
No ano passado, arqueólogos da Universidade de Yamagata, no Japão, usaram imagens de satélite, trabalho de campo e análise de inteligência artificial para identificar 143 novas Linhas de Nazca. Segundo a declaração, as descobertas sugeriram que glifos maiores serviam como locais rituais, enquanto os menores atuavam como marcadores de localização para viajantes.
“Ainda é impressionante que ainda estamos descobrindo novas figuras, mas também sabemos que há mais para serem encontradas”, diz Johny Isla, arqueólogo-chefe do Peru para as Linhas de Nazca, em entrevista à EFE.
O clima árido do deserto peruano tem preservado as Linhas de Nazca por milênios. No entanto, a erosão e a atividade humana representam ameaças significativas à sobrevivência dos glifos. Uma única pegada ou marca de pneu poderia destruir permanentemente a superfície dessas linhas antigas – e, nos últimos anos, danos desse tipo têm se tornado cada vez mais comuns.
Em 2014, ativistas do Greenpeace sujaram a superfície de uma Linha de Nazca durante uma manifestação pedindo ação contra as mudanças climáticas, e em 2018, um motorista de caminhão foi preso depois de dirigir intencionalmente um trator através de um glifo em forma de condor.
A descoberta do gato deitado é mais uma prova da incrível riqueza histórica e cultural do Peru. Os geoglifos de Nazca são um tesouro arqueológico fascinante, e a descoberta de novas figuras continua a surpreender e maravilhar os especialistas. À medida que os pesquisadores continuam a estudar e proteger essas obras de arte antigas, podemos aprender ainda mais sobre a fascinante história do povo Nazca e seu legado duradouro na região.