A existência de algas no alto da Cordilheira dos Andes sugere a possibilidade de vida em mundos distantes e gelados.Onde quer que haja água líquida, há vida – isto é, de acordo com um novo estudo publicado por estudantes pesquisadores da Universidade do Colorado Boulder que identificaram um habitat para a vida em um dos ambientes mais inóspitos e inacessíveis da Terra.
As torres de gelo – que são estruturas de gelo em forma de adaga encontradas no alto da Cordilheira dos Andes – abrigam comunidades microbianas que parecem prosperar apesar das temperaturas baixas, baixa umidade, ventos extremos e exposição mortal à radiação ultravioleta devido à alta altitude.
“Esta é uma área muito remota e de difícil acesso”, disse o professor Steve Schmidt. “Toda a parte traseira de uma de nossas caminhonetes teve que estar cheia de barris de água potável. Não é algo trivial sair por aí, e essa é uma das razões pelas quais essas formações não foram muito estudadas”.
As algas, que aparecem como manchas vermelhas, foram encontradas 16.000 pés acima do nível do mar.“As algas da neve foram comumente encontradas em toda a criosfera, tanto nas áreas de gelo quanto nas de neve, mas nossa descoberta demonstrou sua presença pela primeira vez na elevação extrema de um local hiperárido”, disse a autora Lara Vimercati.
A descoberta enfatiza o quanto a vida pode ser resiliente e sugere que os micróbios também poderiam sobreviver em situações semelhantes em outros mundos, como Plutão.
“Nosso estudo mostra como, por mais desafiador que seja as condições ambientais, a vida encontra um caminho quando há disponibilidade de água líquida”, disse Vimercati.