Perdida no meio do deserto de Nevada, a localidade de Rachel atrai turistas e legiões de malucos por ufologia
Na Rota 375, rebatizada com o nome de Extraterrestrial Highway (Rodovia Extraterrestre), a cidade de Rachel surge como uma miragem. Uma espécie de oásis cercado por uma caravana de 70 trailers definitivamente ancorados em plataformas de cimento. A própria existência do lugarejo, com as 100 almas que o habitam, é apenas uma das muitas improbabilidades que compõem o local. No entanto, acredita-se, ali é o umbigo do Universo. É para este específico quadrante do sistema solar que se dirigem multidões de seres, da Terra e supostamente de outros planetas. Além, é claro, de objetos voadores quase nunca identificáveis. Nestas latitudes estão encerrados mistérios insondáveis. O maior de todos talvez seja: por que diabos uma turma de ETs sairia dos confins das estrelas para visitar especificamente este fim de mundo?
Little A’Le’Inn
O epicentro do universo de Rachel é um bar. Trata-se de um enorme trailer branco, que serve também como recepção para uma estalagem composta de uma dúzia de outros trailers menores, espalhados como cabanas de um motel. O Little A’Le’Inn foi assim batizado em virtude de um trocadilho: "Alien", em inglês, significa forasteiro, estrangeiro ou extraterrestre. A palavra foi fragmentada para que o fonema "Inn" (hospedaria) se destacasse. Little A’Le’Inn soa como "O ETzinho". Uma placa na porta diz: "Terráqueos também são bem-vindos." Por tudo isso, a qualquer dia da semana, entre oito horas da manhã e nove da noite, o estabelecimento lota de forasteiros.
Área 51
Um dos pontos turísticos mais apreciados pelos visitantes, segundo os relatos de ufologistas, seria a misteriosa "Área 51". Trata-se de uma base aérea e centro de pesquisas tecnológicas, num lago seco chamado Groom Dry Lake, no meio do Emigrant Valley. A instalação, a cerca de 50 quilômetros ao norte de Rachel, está cercada pela cadeia de montanhas Papoose e faz parte do complexo militar da Base de Nellis e Grunney Range. Mais ao sul fica o local onde eram feitos testes atômicos até os anos 70 e que foi desativado, mas continua concentrando boas doses de radiatividade.
A voz corrente é que o governo americano está desenvolvendo na "Área 51" naves espaciais e armamentos baseados em conhecimentos fornecidos por extraterrestres. Esta teoria explicaria as aparições de objetos voadores não-identificados, fachos de luz que lembram raio laser e outros fenômenos poucos convencionais. De mais concreto, o que se tem certeza é de que no meio da base existe uma pista de pouso de quase dez quilômetros – uma enormidade – com um piso contendo cinco metros de espessura. Nos limites da "Área 51", que está a vários quilômetros do ponto central, existem letreiros ameaçando de prisão aqueles que invadem o perímetro.
As placas avisam: "Use of Deadly Force Autorized", ou seja: quem ultrapassar aquele ponto pode levar chumbo. Para garantir a eficácia das ameaças existe uma força de segurança – estimada em mais de 500 homens. O governo dos EUA nega a existência de qualquer base na região. Assim, apesar das aparências em contrário, a "Área 51" oficialmente não existe!