Embora a superfície de Marte seja amplamente conhecida por suas crateras e terrenos rochosos, pouco se sabe sobre o que há em seu interior. No entanto, a sonda InSight da NASA pode ter descoberto um núcleo líquido antes de sua última missão terminar durante uma tempestade de poeira.
A existência de um núcleo líquido em Marte tem sido objeto de debate há muito tempo, e a InSight tentou encontrá-lo. O instrumento RISE, que mede as mudanças na rotação do planeta, detectou pequenas oscilações que, segundo os pesquisadores, indicam a existência de anomalias de massa dentro do manto.
A técnica usada pelo RISE é baseada na transmissão de sinais de rádio para a Terra, que ajudam a detectar pequenas variações na localização do instrumento em relação aos receptores. As nutações, ou pequenas oscilações, na rotação de Marte são detectadas e usadas para inferir informações sobre sua composição interna.
Anteriormente, a existência de um núcleo líquido em Marte havia sido suspeitada com base em medições de ondas sísmicas, mas detectar essas mudanças com base em sinais de rádio foi desafiador. As tempestades de poeira também dificultaram a detecção de sinais, além de mudarem a velocidade de rotação do planeta por um tempo.
Uma vez que o RISE soubesse exatamente onde a InSight havia pousado em Marte, as nutações detectadas pelo instrumento foram analisadas. Se houvesse um núcleo líquido sob o manto sólido, as nutações deveriam ser retrógradas e se mover um pouco mais do que se o núcleo fosse sólido.
Quando os pesquisadores compararam esses dados com a InSight, descobriram que correspondiam. A análise indicou que o núcleo de Marte é feito de uma liga de ferro e enxofre líquidos, que estão em constante convecção, com fluidos mais quentes subindo e fluidos mais frios afundando.
Os cientistas também acreditam que o manto inferior de Marte pode estar derretido, o que afetaria o tamanho e a forma do núcleo.
As anomalias de massa no manto podem explicar a ligeira achatamento tanto da superfície quanto do núcleo de Marte à medida que ele gira em torno de seu eixo. Ainda há muito a ser descoberto sobre a composição interna de Marte, e os pesquisadores esperam analisar mais dados da InSight no futuro para aprender mais sobre o planeta.