Giorgio Tsoukalos, conhecido como o apresentador do programa “Alienígenas do Passado”, recentemente publicou no Twitter uma reflexão que despertou discussões sobre o papel dos extraterrestres na formação da cultura e religião humanas.
Segundo ele, é possível argumentar que as histórias sobre seres vindos do espaço foram mal interpretadas e que a mística antiga foi criada por nossos ancestrais, não por alienígenas.
De acordo com Tsoukalos, a mística se desenvolveu a partir de uma tecnologia mal compreendida, uma espécie de comportamento de culto de carga.
A ideia de que os extraterrestres visitaram a Terra e influenciaram nossa história é popular em muitas culturas e tem sido objeto de inúmeras teorias conspiratórias. No entanto, há pouca evidência concreta que apoie essa ideia.
Muitos estudiosos argumentam que as histórias de seres divinos, como deuses e deusas, são mais provavelmente a expressão da criatividade e imaginação humana do que a comunicação com entidades sobrenaturais.
No entanto, a mística antiga tem uma presença forte em muitas culturas e religiões em todo o mundo, e a teoria de Tsoukalos pode nos ajudar a entender de onde ela vem. A noção de que uma tecnologia avançada poderia ser confundida com magia não é nova.
Na verdade, foi cunhada pela primeira vez pelo antropólogo britânico Sir James Frazer em seu livro clássico “O Ramo de Ouro”, publicado em 1890.
Frazer argumentou que as pessoas primitivas muitas vezes atribuíam poderes mágicos a objetos e processos que não compreendiam totalmente, como o uso de ferramentas e técnicas agrícolas.
Ele chamou isso de “princípio da homologia”, que implica que as pessoas acreditavam que a maneira como um objeto era tratado afetava eventos semelhantes no mundo ao seu redor.
Essa ideia pode ser aplicada à teoria de Tsoukalos, onde a tecnologia avançada dos antigos visitantes extraterrestres poderia ter sido interpretada como magia e ter dado origem a muitos dos mitos e lendas que ainda hoje são reverenciados.
A teoria da cultura do culto de carga, que Tsoukalos menciona em seu tweet, é outra abordagem que pode ajudar a explicar a mística antiga.
Essa teoria, que se originou do estudo da religião na Melanésia, sugere que as pessoas que foram expostas a tecnologia e mercadorias ocidentais, especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolveram uma forma de culto que envolvia imitar a aparência e comportamento dos soldados ocidentais, na esperança de trazer a “carga” que eles viram chegar com essas pessoas.
Da mesma forma, a tecnologia avançada dos visitantes extraterrestres poderia ter sido vista como uma forma de “carga” que os antigos tentavam replicar ou atrair, levando ao desenvolvimento de mitos e lendas que os ajudariam a se conectar com essas entidades. Esse comportamento de culto poderia ter sido passado
de geração em geração e eventualmente se tornou a base de muitas práticas religiosas e espirituais.
No entanto, é importante notar que essa teoria não significa que a mística antiga seja “falsa” ou “ilusória”. Em vez disso, ela sugere que essas práticas e crenças têm uma raiz cultural e histórica que pode ser rastreada e compreendida.
A mística antiga é uma parte importante da história humana e oferece insights valiosos sobre como as pessoas tentaram dar sentido ao mundo ao seu redor.
Em resumo, a teoria de Giorgio Tsoukalos sobre a origem da mística antiga como resultado de uma tecnologia mal compreendida é uma abordagem interessante para entender o papel dos extraterrestres na cultura e religião humanas.
Embora essa teoria possa ser controversa e não seja aceita por todos, ela levanta questões importantes sobre como as pessoas tentam compreender e lidar com o desconhecido e como as histórias e lendas se desenvolvem ao longo do tempo.
O estudo da mística antiga é uma parte essencial da antropologia e pode ajudar a lançar luz sobre a rica e complexa história humana.