1909_FF_UVB-76_DH_58139_SergeyKozmin_buzzer_010.jpg

A partir de uma torre enferrujada e solitária em uma floresta ao norte de Moscou, uma misteriosa onda curta de rádio vem sendo transmitida dia e noite.

Desde 1982, a rádio transmite quase nada, mas emite um sinal sonoro, depois disso, passa a executar zumbidos, geralmente entre 21 e 34 vezes por minuto, cada uma com duração de aproximadamente um segundo – que parece lembrar uma sirene estridente.

O sinal teria origem em gorodok voyenni (cidade militar) perto da aldeia de Povarovo e, muito raramente, talvez a cada poucas semanas, a monotonia parece ser quebrada por uma voz masculina recitando breves sequências de números e palavras, muitas vezes seguidos de nomes russos: “Anna, Nikolai, Ivan, Tatyana, Roman”.

Contudo, a transmissão parece preenchida por uma constante e quase alucinante série de tons inexplicáveis. A amplitude e a afinação do zumbido por vezes mudam, e os intervalos entre os tons parecem oscilar. Qual a finalidade disso? Ninguém realmente sabe.

Nenhum dos transtornos que a Rússia se envolveu na última década parecem ter afetado a programação da rádio, que continuou a reproduzir seus sons bizarros. O que torna a  UVB-76 com um propósito ainda mais inescrutável.

Durante esse tempo, sua transmissão ganhou um pequeno grupo de entusiastas de rádio de ondas curtas, que sintonizam e tem documentado quase todos os sinais transmitidos.

No dia 5 de junho de 2010, o zumbido cessou. Não houve anúncios e nem explicações. Só o silêncio. Ninguém sabia o porquê.

No dia seguinte, a transmissão voltou como se nada tivesse acontecido. Nos meses seguintes, a UVB-76 se comportou mais ou menos como sempre. Houveram algumas interferências de curta duração – incluindo barulhos que soavam como código Morse. Um tempo depois, o zumbido parou novamente. Logo voltou, parou de novo, começou de novo.

Em 25 de agosto de 2010, às 10h13, algo na UVB-76 saiu totalmente errado. Após um silêncio, sons estranhos foram ouvidos, era como se alguém estivesse pronto para falar alguma coisa.

Era a primeira vez que os bips, zumbindo, códigos e números pareciam deixar a programação.
Muitos aguardavam que alguém estava prestes a se revelar. Na primeira semana de setembro, a transmissão foi interrompida, algumas pessoas alegam ter ouvido trechos gravados de “Dança dos Pequenos Cisnes” de Tchaikovsky.

Na noite de 7 de Setembro, algo mais dramático surgiu. Às 08h48, horário de Moscou, uma voz masculina se apresentou como Mikhail Dmitri Zhenya Boris e alertava que a estação agora se chamava MDZhB (embora os fãs da estação ainda preferem se referir a ela como UVB-76).

Após o anúncio,  mensagens tipicamente nebulosas voltaram a programação: “04 D-R-E-N-D-O-U-T 979”, seguido por mais séries de números, então “T-R-E-N-E-R-S-K-I-Y” e ainda mais números.

Os russos tentam refletir, até hoje, sobre o significado da rádio fantasma, questionando o propósito por trás do padrão. Ninguém sabe, o que é a pior e a melhor parte dela.

Aficionados de rádio de ondas curtas tem desenvolvido várias hipóteses sobre o papel da estação militar. Entre as teorias estão a possibilidade de que ela funcionava para servir alguma função, mas provavelmente seu objetivo foi perdido na burocracia.

Outros acreditam que as transmissões seriam direcionadas a espiões russos em outros países. Outra teoria, e mais preocupante, afirma que a UVB-76 serviu como centro do fim do mundo, uma comunicação da ex-União Soviética que programava lançar uma onda de mísseis nucleares nos EUA.

A maioria dos ouvintes, porém, acreditam que UVB-76 é um exemplo idiossincrático do que é chamado de uma estação de números, usado para comunicar mensagens criptografadas.

Normalmente, estas estações transmitem números em grupos de cinco, o que torna impossível detectar lacunas entre palavras e frases. Os números, então, podem ser descodificados utilizando uma chave conhecida pelo ouvinte alvo.

Algumas pessoas já tentaram visitar o suposto local onde a rádio está instalada. Uma cerca de arame parece proteger a torre de rádio, incluindo uma grande antena e um vira-lata amarrado a um cabo preso a uma árvore do edifício.

A porta da frente parece estar bloqueada. Não há luz no interior, ninguém entra ou sai. Mas alguém esteve aqui. O cão, antes de tudo, parece bem alimentado.

Créditos: Wired

é bacharel em administração de empresas e fundador da FragaNet Networks - empresa especializada em comunicação digital e mídias sociais. Em seu portfólio estão projetos como: Google Discovery, TechCult, AutoBlog e Arquivo UFO. Também foi colunista de tecnologia no TechTudo, da Globo.com.

22 Comentários

  1. Pedro Henrique on

    Esta história é medonha mas esta tudo bem disposto neste artigo é uma pesquisa grandiosa,não li inteira,mas achei interessante o assunto.Que coisa ,né?

  2. O código 93882 tem a ver com codificação genética…Naimina em russo é ?????? que quer dizer Namin que tb tem a ver com sequenciamento genético humano => NaMn …é por aí!

  3. Lucas Tenório on

    Uaaal,que história essa!
    Eu sinceramente,não faço ideia do que possa ser,um tipo de mensagem codificada pra que alguém seja capaz de identificar e que nelas contenham algo super secreto que o governo de nenhum país seja capaz de desvendar,dando pistas ou sei lá o que para que esse alguém seja dê uma ajuda ou algo do tipo?,Não sei…só sei que isso é sinistro.

  4. aqui em lagoa santa quando vc liga um radio de indas curtas por volta das 18hrs tem uma radio que fica transmitindo uns sinais parecido com codigo morse, e as vezes alguem fala em espanhol nessa radio… tem um tempão que não mexo nesse radio, mas ainda me lembro que a frequencia varia entre 21~27Mhz

  5. Tenho uma idéia sobre os códigos. Em minha opinião são códigos relacionados ao sequenciamento genético humano…o código 93882 tem a ver com um gene humano, e Naimina em russo é ??????, que quer dizer Namin que tem a ver com NaMn sequenciamento genético humano…

  6. @sidneywireless essas faixas geralmente são frequências da Faixa do Cidadão, ou seja: faixas livres para rádio amadores licenciados. Aqui em São Carlos – SP uso um Arduino para gerar códigos sonoros binários, quase semelhante ao Morse, porém para comunicar com dispositivos diversos em diversos pontos da cidade.

  7. Acredito que alguém esteja mandando informações para alguma “pessoa’ alvo, porque só a pessoa alvo saberia o que o código passado está querendo dizer. Então, o que tirar disso tudo?! Ou estão fazendo alguma coisa á nível mundial (porque precisam fazer isso me segredo para que ninguém descubra) ou alguma pesquisa que descobriram ser real (como o Pé Grande, algo que também não pode ser trazido a tona), que se viram obrigados a passar essas informações por códigos.

Deixe seu comentário!Cancelar resposta

error:
Sair da versão mobile