De acordo com um estudo publicado há poucos dias, a probabilidade de que ocorram grandes terremotos não é maior agora do que há um século, apesar de um aparente aumento de sismos devastadores nos últimos anos, informaram cientistas americanos.
O terremoto mortal de 9,0 graus na escala de magnitude momento, registrado este ano no Japão, o sismo de 8,8 graus ocorrido no Chile no ano passado e o de 9 graus em Sumatra-Andaman, em 2004, levaram alguns círculos científicos e meios de comunicação a pensar que estes fenômenos podiam estar relacionados.
Mas os pesquisadores da Universidade da Califórnia revisaram os registros sísmicos mundiais, que datam de 1900, e concluíram que não houve aumento estatisticamente significativo no número de grandes terremotos (de magnitude 7,0 e superior).
"Devemos ter cuidado porque os seres humanos têm uma tendência a ver modelos em sequências ao acaso", disse à AFP o autor principal do estudo, Peter Shearer, do Departamento de Estatística da Universidade de Berkeley.
"O que quisemos fazer aqui foi aplicar provas estatísticas para ver se é possível dizer que não foi só uma sequência de acontecimentos ao acaso", disse Shearer, cujo estudo foi publicado na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences.