Virgínia, Condado de Hanover, EUA, ano de 1850. Na Sexta-feira da Paixão, ocorreu algo inconcebível: choveu carne, literalmente
Charles H. Clarke, proprietário de terras naquela época e alguns criados do seu amigo, o médico G. W. Basset — autor da carta, endereçada a um colega, pela qual viria se tornar público este relato –, presenciaram, às 16h, quando uma pequena nuvem fez chover "vários pedaços de carne e de fígado", conforme a carta de Basset.
Todos os pedaços cairam apenas numa área menor que 4 ha e eram tão bem formados, que não havia como não conseguir identificá-los. Segundo Clarke — "cavalheiro de inteligência e afirmada credibilidade", de acordo com o médico — , a nuvem deslocava-se do nordeste para o sudoeste. E os pedaços colhidos nos pontos mais distantes, acompanhando uma linha nordeste / sudoeste, estavam separados 25 passos do outro.
Depois de alguns dias, Basset foi à fazenda Farmington, onde ocorreu o fenômeno, para averiguar aquilo que o amigo lhe contara. Chegando lá, colheu por volta de 180g dos pedaços, sendo que somente um deles pesava por volta de 30 gramas. Acompanhado de uma outra testemunha, um tal de "sr. Brown" (a carta não precisa quem era essa pessoa), Basset, contando com a ajuda dos seus criados, recolheu de 15 a 20 peças, para uma análise posterior. Não sabe-se o que ocorreu com as amostras, pois na carta, Basset diz que enviaria uma parte a um colega seu, a quem chama de dr. Gibson (a carta não também não informa quem era essa pessoa), e que deixara uma parte da carne e do fígado conservados em álcool "para futura inspeção dos curiosos".
Há vários casos semelhantes a este no mundo todo — inclusive um no Brasil, em 30 de agosto de 1968 na cidade de São Paulo — ocorridos no século XIX (excetuando-se, claro, o brasileiro). Eles foram publicados em dezenas de jornais e revistas científicas daquela época, e em muitos casos, como este, as testemunhas eram pessoas dotadas de boa cultura.